segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O Som do Silêncio

Guilherme chegou em casa e procurou em seu computador a música The Sound of Silence. Ouviu só a primeira parte: Hello darkness, my old friend, I've come to talk with you again. Por alguma razão precisava se lembrar da música. Precisava do silêncio, mas queria uma trilha sonora que o representasse e esta música vinha a calhar. Precisava da escuridão, mas queria uma luz ao longe sinalizando uma possível fulga. Algo que sinalizasse a transitoriedade da situação.

Não conseguiu o silêncio. Sua cabeça não parava de falar, de avaliar, de julgar, de reprimir, de contextualizar, de ponderar. E a trilha sonora se tornou apenas mais um entre tantos ruidos. A escuridão, sim, esta estava ali, a postos. Mas sem nenhum ponto de luz pela qual se orientar.

- Não rolou uma química, entende?

Esta foi a explicação que ouviu. De química, mesmo, só se lembrava maldita tabela periódica. E, da tabela periódica, só se lembrava do peso atômico do hidrogênio. O que não é grande coisa em termo de conhecimento da matéria. E, aqui, vale o trocadilho.

Já cansado, pegou um livro do Charlie Brown, o desenho e não a banda, pra se distrair um pouco e leu algumas tirinhas. Sempre funcionava! Se identificava com o personagem. Socialmente inviáveis, mas com uma esperança mais verde que maçã. Maçã verde, claro. E, depois, foi domir.

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